O Ozempic ficou popularmente conhecido como uma das “canetas mágicas” que levaria ao emagrecimento, mas, na verdade, não é bem assim.
O Ozempic é um análogo do GLP-1 ou o peptídio 1. Semelhante ao Glucagon, é um dos hormônios contra-reguladores da insulina.
Dentre seus efeitos, temos:
- Aumenta ação da insulina por diferentes mecanismos, reduzindo a glicemia (glicose, açúcar) no sangue, contudo apenas se a mesma estiver alta. Dessa forma, não causa hipoglicemia;
- Diminui a secreção e motilidade gástrica, resultando em retardo na digestão de carboidratos e aumento da saciedade, os grandes responsáveis pelo emagrecimento;
- Este último efeito também é responsável pelo principal efeito colateral: as náuseas. Além disso, promove sono, cansaço e perda de energia.
- Ele não causa rebote, ou seja, recuperação do peso após a perda do mesmo. Contudo, apenas se houver uma REAL mudança no estilo de vida, dos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas.
É possível perceber inúmeras pessoas, principalmente médicos, utilizando o Ozempic por conta própria sem se preocupar com o básico: dieta e treino. É claro que existe sim uma perda de peso inicial inerente aos efeitos causados, uma vez que a pessoa irá diminuir a ingestão de alimentos e consequentemente irá emagrecer. Contudo, isso ocorrerá apenas no início.
Com o tempo, este efeito emagrecedor diminui cada dia mais e, mesmo aumentando as doses (algo que muitas pessoas, de forma errônea, fazem), os efeitos colaterais aumentam na mesma proporção. Os resultados, dessa forma, não irão melhorar.
Como consequência da interrupção do uso, é bem provável que a pessoa retorne ao padrão alimentar anterior. Isso pode fazer com que ela recupere todo ou ainda mais o peso que havia sido perdido.
Apesar de tudo o que foi falado, o Ozempic é uma excelente opção para o tratamento da obesidade ou do sobrepeso, principalmente quando há resistência insulínica associada.
E você? Já utilizou o Ozempic alguma vez?
Texto redigido pela nutróloga Flávia Ferreira (@draflaviaferreira_nutro)